dimanche 17 mai 2009

Eutanásia: a morte da morte

« Elle [l’euthanasie] est liée à une certaine déshumanisation. Le mouvement se donne des allures philosophiques en parlant d’autonomie, mais justement il sort de la tradition philosophique, qui confronte ce qu’est l’homme, l’anthropologie. Le mouvement euthanasique refuse la réalité, la souffrance, la mort. Il fait la mort à la mort. »

Mgr J. Suaudeau

« De l’Etat Nazi à l’euthanasie, il n’y a que quelques lettres de différence. »

Lionel Chrzanowski

Será que a eutanásia é justificável em certos casos?

A eutanásia é, hoje em dia, um debate extremamente vivo nas nossas sociedades ocidentais e que, visto de forma pragmática, pode trazer problemas bem maiores que as soluções que, á priori, parece trazer…

Em primeiro lugar, temos que começar a ligar a eutanásia (que significa “morte calma” e que reveste a significação de “morte digna”) ao seu conceito mais próximo que é aquele do suicídio. Com efeito, a eutanásia é, juridicamente pelo menos, um suicídio assistido por uma autoridade médica competente. Isto deve nos levar a pensar o que é o suicídio e quais as suas causas… E o facto é que a historia e as estatísticas nos mostram coisas perturbantes sobre este tema. A própria Organização Mundial por a Saúde (OMS) aponta para um aumento brusco dos suicídios estes últimos cinquenta anos, indica que é a quarta maior causa de mortalidade no mundo (prevendo o segundo lugar para 2020) e… mostra que há mais suicídios em tempo de paz que em tempo de guerra. Porquê? Porque em tempo de guerra, o instinto de sobrevivência, o valor que as pessoas têm da vida e de elas próprias são aspectos que destaquem-se. É a partir do momento onde já não há problemas concretos mas, sim, perda de esperança, bases e valores sólidos, que o Homem aposta tudo no presente e no aspecto material da vida. Quando o Homem começa a pensar exclusivamente desta forma, vemos então uma lenta desumanização de ele próprio que, muitas vezes, leva ao suicídio. Por exemplo, a experiência de muitos médicos (Belgas ou Holandeses, por exemplo) mostra algo de bastante interessante. A maior parte das vezes, a pessoa que pede o suicídio é a pessoa sozinha e sem suporte como já o referimos. Mas a pessoa seguida por a família, amigos, os próprios médicos ou enfermeiras com cuidados bem específicos, demonstrações de afecto, quase nunca pede a eutanásia. Este método, chamado “método paliativo”, que acompanha, com determinados cuidados, o doente na fase terminal da sua vida, passou a ser mais utilizado que a eutanásia na Holanda por a sua incrível eficiência.

Em segundo lugar, a primeira pessoa que lançou expressões habituais nos debates tais que “uma vida que não vale a pena ser vivida” ou “compaixão por o sofrimento” foi… Adolfo Hitler. A ideologia Nazi sobre o eugenismo e a raça ariana era camuflada por um discurso onde transparecia a compaixão para as pessoas sem cura ou em fase terminal. Poderíamos dizer que, à nossa época, as motivações e os métodos não têm nada a ver com o nazismo mas… o facto é que nós nos aproximamos cada vez mais deste tipo de realidade. Com o aborto (imenso também no regime nazi), foi um passo a mais que foi feito nessa direcção e parece que ninguém repara este facto. Com estas medidas, entramos pouco a pouco numa era onde é considerado como “justo” e “progressista” ideias, resultantes da perda de valores do Homem, que desumanizam este ultimo e fazem que caíssemos numa sociedade utilitarista, ultra-liberal e pragmática. Casos desta abertura abundam. Por exemplo, o aborto na Holanda, passou de doze semanas a vinte e uma. Pior, neste mesmo país, vai ser criado uma comissão de “especialistas do fim da vida dos bebes”, que vão poder praticar a eutanásia sobre certos bebes. De modo geral, todos os países que legalizaram o aborto ou a eutanásia fazem avançar o prazo limite onde pode ser praticado… e ninguém sabe onde e quando vai parar.

Resumindo, podemos dizer que a Eutanásia é, ao memo nível que o aborto, um dos resultados da perda de valores e da desumanização do Homem. O Homem, por motivos ligados à “dignidade”, permite métodos que aproximam cada vez mais as nossas sociedades do eugenismo nazi mas onde a única diferença é que o conceito de “raça ariana” é substituído por “pessoas eficientes”. Portanto, caímos numa sociedade utilitarista. Ainda por cima, a eutanásia, matando mais rapidamente as pessoas e de forma mais discreta que antigamente, tenta ocultar o conceito da morte e a sua possível reflexão. A eutanásia mata a morte.